Perguntas e respostas no centro de emprego.
E lá rumei eu, esta manhã, ao centro de emprego, para uma reunião que afinal foi diferente daquilo que eu esperava. No 'dia quinze' antecipei uma manhã perdida; felizmente, enganei-me.
O que hoje me levou ao IEFP não foi uma simples reunião de desempregados; foi, sim, uma sessão colectiva de esclarecimento sobre os direitos e os deveres de quem não tem trabalho. Bom, foi sobretudo sobre deveres; direitos, nem tanto. Mas, ironia à parte, e contrariamente às minhas expectativas, valeu a pena.
Quando ficamos desempregados, tendemos a procurar informação de todas as formas e mais alguma. Falamos com meio mundo, se conhecemos alguém que trabalhe em recursos humanos essa pessoa fica provavelmente cansada de nos aturar, e, claro, passamos longas horas a investigar em sites, fóruns e blogues. O resultado destas empreitadas torna-se facilmente angustiante: acumulamos uma infinidade de indicações contraditórias, que não somos capazes de seleccionar nem tão-pouco de descodificar. E, para piorar o cenário, quando nos dirigimos aos serviços oficiais para tentarmos separar o trigo do joio é comum ficarmos ainda mais confusos e apreensivos.
Mas hoje não foi isso que aconteceu. Muito pelo contrário. Esta sessão ajudou a esclarecer e a "desmontar" muitas ideias (verdadeiras e falsas). Foi um encontro quase informal e muito pragmático, onde se falou de tudo: de direitos e de deveres, sim, mas também de leis, obrigações ou multas. Por vezes até com exemplos concretos, para que todos percebessem realmente o que estava em jogo caso a caso. Por um lado, não faltaram alertas; por outro, desfizeram-se vários mitos. Todos puderam fazer perguntas e esclarecer as dúvidas para as quais não encontravam resposta em lado nenhum (ou, pior, para as quais encontravam quatro respostas diferentes). E, como é fatal como o destino que os desempregados partilhem boa parte dos receios e das interrogações, estas encontros colectivos são uma óptima ideia – há sempre alguém que se lembra de algo que nos estava a escapar.
(Entretanto, é interessante constatar a postura dos técnicos do IEFP. Muitas vezes não compreendem a lógica de certas regras, e chegam a assumir que não concordam com elas; por isso, explicam-nas, mas nem tentam justificá-las. Só que isto não é tarefa fácil, sobretudo quando se tem à frente um grupo de pessoas entre o confuso e o indignado.)
Lamento muito que esteja a passar por esta situação pela segunda vez em tão pouco tempo, Sofia! Dizer que há no país centenas de milhares de pessoas sem trabalho é, simplesmente, fugir à realidade, generalizando-a e abordando-a como uma estatística, uma realidade bem angustiante para quem se encontra nessa situação. Sobretudo quando nos deparamos com portas fechadas que se abrem para os eleitos e escolhidos - para aqueles que têm a capacidade de moverem influências. Sugiro que diversifique a pesquisa pela Europa. Um trabalho que se adeqúe ao seu perfil profissional e ao seu curriculum pode ser mais difícil de encontrar. Por isso desligue-se disse e alargue as escolhas - mesmo as que recaiam sobre trabalhos temporários, como passaporte para se aproximar dos centros onde será mais fácil encontrar aquele que se-lhe ajusta e preenche as suas aptidões. Por outras palavras, saia daqui, Sofia! Não se deixe vencer por estes pequenos imensos obstáculos da conjuntura portuguesa. Boa noite, querida Sofia!
ResponderEliminarÉ isso mesmo. Obrigada, Guilherme!
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