sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dia trinta e nove.

Dos pequenos privilégios de uma vida sem emprego.


Vendo as coisas pelo lado positivo, estar doente e desempregado é um luxo. É ter tempo para ir ao médico. É poder aproveitar a primeira vaga na agenda do "sotôr", porque, assim como assim, por mais que se tenha para fazer lá se descobre maneira de levar a sério a frase "saúde acima de tudo".

Estar doente e desempregado é uma forma de a vida nos dar licença para que nos queixemos das dores e para que repousemos até elas passarem (mesmo que não sejamos queixinhas e que achemos que o repouso é só para os fracotes). É tomar os remédios à hora certa, é seguir à risca prescrições e conselhos, é ter os devidos cuidados.

Curiosamente, estar doente e desempregado também é perder o norte a todo o tal lado positivo no exacto momento em que, na farmácia, rejubilando por ver a cura a caminho, se descobre que três insignificantes caixinhas de comprimidos custam para cima de trinta euros.

Às vezes o meu copo meio cheio entorna.

1 comentário:

  1. sofia, fizeste-me rir. é importante manter ao menos isso. um beijinho, rita d uartesilva

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