domingo, 9 de fevereiro de 2014

Dia trinta e quatro.

A escassez de oferta.


Há vários factores que dificultam muito a vida a quem quer manter a cabeça erguida quando não tem trabalho. Um deles é a falta de opções razoáveis.

Se há semanas em que aparecem várias ofertas de emprego entre o aceitável e o bom (algumas aparentemente tão perfeitinhas e tão adequadas e tão possíveis que nos deixam ansiosos), outras há em que não nos deparamos com uma, sequer.

Nos últimos dez dias não devo ter respondido com um mínimo de optimismo a mais do que dois ou três anúncios. E isto aconteceu por todos os motivos que vos possam ocorrer. Na maioria das vezes, não preencho de todo os requisitos pedidos. Noutros casos, propõem-se estágios (profissionais ou não remunerados). Depois há aquelas ofertas de que já aqui falei: "queremos o-melhor-colaborador-de-sempre, mas não pagamos nada porque a equipa é mesmo muito divertida". (Nota mental: um dia destes, dissertar aqui sobre o conceito de "colaborador".) Por fim, confesso que trabalhar algures entre São Brás de Alportel e Moscovo é uma opção que estou a tentar evitar a todo o custo.

Quando a escassez se instala, é claro que se procuram as vias alternativas mais do que em qualquer outra circunstância. Fala-se com a família, com os amigos, com colegas, com o antigo chefe do primo, com a colega do irmão, com o vizinho da avó. E enviam-se candidaturas espontâneas para todas as empresas que nos ocorrem. (Outra nota mental: escrever sobre candidaturas espontâneas.) Mas, por mais que espalhemos o nosso currículo pelos quatro cantos do (nosso) mundo, há semanas que parecem perdidas.

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