domingo, 2 de fevereiro de 2014

Dia vinte e sete.

"Mas tu não estás desempregada?"


Ai, o tempo livre dos desempregados. Aqui há uns dias passei por este assunto mas apetece-me voltar a ele. Queridas pessoas que (felizmente) trabalham: quando se fica sem emprego não se deixa de ter vida. Não ficamos parados, estáticos, sentadinhos a ver o mundo a passar. Bom, temos de abrir mão de uma série de coisas, é claro, acima de tudo porque o dinheiro não estica. Mas isso não significa que um desempregado seja uma pessoa com muito tempo livre  melhor, com tooodo o tempo livre. Continuamos a ter uma vida, tarefas, responsabilidades, gente à nossa volta. Às vezes até temos uma agenda (material ou simbólica) assim para o confusa, porque nos dedicamos com mais zelo a afazeres para os quais, quando trabalhamos, nem sempre temos a disponibilidade que gostaríamos de ter. Por isso, amigos trabalhadores, acreditem que, quando esboçam um programa e pretendem convidar-nos para fazer parte dele, é evidente que nós agradecemos muito, e que só não aceitamos o convite se não pudermos; a questão é que não podermos não é assim tão absurdo. Lá porque deixámos de ter patrão, horário, responsabilidades laborais e olheiras até ao queixo, não estamos sempre quietinhos num canto a ver a vida a acontecer.

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