segunda-feira, 3 de março de 2014

Dia cinquenta e seis.

Breve apontamento sobre a primeira grande desilusão.


Estão a ver aquela vaga de emprego que tinha mesmo tudo a ver convosco? E aquele cenário em que por A mais B todos os elementos pareciam jogar a vosso favor?

Isso mesmo. Agora, outro exercício. Estão a ver aquelas circunstâncias em que a ordem de prioridades dada aos critérios de selecção parece ser inversa à lógica? Em que aquilo que deveria ser essencial é remetido para segundo plano, enquanto o que pareceria secundário afinal é imprescindível?

E outro, ainda: estão a ver quando se alimentam expectativas boas, optimistas, aparentemente realistas, e num segundo cai tudo por terra?

Pronto. Eis o meu dia cinquenta e seis no que ao desemprego diz respeito. Grosso modo, foi mais ou menos isto.

Acreditei. Um pouco demais, talvez, mas porque as circunstâncias o possibilitaram. Ninguém me alimentou esperanças. A verdade é essa. Se as mantive, a culpa foi só minha. E todos nós já acreditámos nisto ou naquilo. Quando corre bem, ficamos muito felizes; quando não corre, prometemos a nós mesmos que nunca mais nos deixamos entusiasmar antes de tempo. Mas, pelo menos no meu caso, essa promessa sempre foi escusada.

Não se leia, com tudo isto, que guardo ponta de ressentimento, porque não guardo. Custa-me este desfecho, sim, por tantos motivos que nem saberia começar a falar deles. Alguns óbvios, outros nem tanto. E há lógicas que me transcendem. Mas não passa disso.

(Bom, hoje passa e vai ali até à  incredulidade e à tristeza. Mas amanhã já é outro dia.)

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