sábado, 8 de março de 2014

Dia sessenta e um.

Porta-moedas mais leve, consciência mais pesada.


Há os forretas. Há os poupadinhos. Há os ponderados, os cuidadosos, os indecisos.

E depois há a Sofia sem emprego.

Não é que seja forreta. Mas sou tudo o resto. Faço muuuita continha de cabeça e pelos dedos. E, acima de tudo, penso muito antes de gastar dinheiro seja no que for. Às vezes até penso demais. Voltando por momentos ao tema de há uns dias, há compras que se fazem porque têm de ser feitas, não por gosto ou por capricho. E, aí, às vezes o melhor é mesmo nem pensar. O que não invalida que eu pense.

Todos os gastos são calculados. Aquilo que poderia parecer irrisório a outra pessoa na minha situação, a mim parece-me supérfluo; aquilo que poderia ser visto como um investimento de futuro para mim é adiável. Sempre mais um bocadinho.

Quando finalmente me decido a abrir os atilhos à bolsinha (aqui não há cordões, quanto mais bolsa), aí vem ele. O peso de consciência. Inevitável, persistente, ele a moer-me e eu a remoê-lo. Se bem que tivesse mesmo de gastar aqueles quinze euros. Se bem que aquele par de calças estivesse mesmo a precisar de reforma.

O caso é tão sério que habitualmente os remorsos atacam ainda antes de o dinheiro bater em retirada.

1 comentário:

  1. Como te compreendo. Sou como tu! e quando estava desempregada, por mais que soubesse que precisava das coisas, ficava sempre com grande peso na consciência. Mas, Sofia, fizeste bem. E umas calças por 15€ não foram assim tão caras! ;)

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