quarta-feira, 26 de março de 2014

Dia setenta e nove.

"Como é que conseguiste?"


Esta é uma das perguntas recorrentes, e eu percebo-a muito bem. Conseguir parece uma tarefa quase impossívele não é por ter conseguido que me passa a parecer mais fácil.

Havia tanto a dizer sobre isto. Sobre a habitual inutilidade de enviar currículos e candidaturas espontâneas só porque sim, sobre o muito que se tenta e o nada que se obtém, sobre as mil e uma respostas a anúncios que parecem não chegar a ninguém nem a lado nenhum, sobre o sem-fim de conversas que se têm com quem se conhece, na esperança de que alguém saiba de alguém que conheça alguém que precise de alguém.

No meu caso, foi mais ou menos isto que aconteceu. A empresa precisava de mais uma pessoa para apoiar a concretização de dois projectos. O dono fez perguntas, alguém lhe falou de mim e ele falou comigo. Eu podia ter recusado (e, por dois ou três motivos, isso esteve prestes a acontecer); ele podia não ter ficado convencido com as entrevistas que me fez e ter escolhido outra pessoa.

Mas escolheu-me a mim.

E foi assim que consegui. Não foi uma resposta a uma oferta de emprego nem uma candidatura espontânea. Não regressei a nenhum sítio onde já tenha trabalhado e até agora não conhecia nenhuma das pessoas com quem vou trabalhar. Houve uma necessidade de um lado, uma recomendação do outro e três ou quatro conversas que acabaram por correr bem.

Só isto. Nada mais.

(Até parece simples. Mas não é.)

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