domingo, 26 de janeiro de 2014

Dia vinte.

Porque nem tudo é mau. E porque quando algo é bom vale a pena dedicar umas linhas ao assunto.


Quando fiquei sem emprego pela primeira vez, em 2010, não tive direito a subsídio. Mas nunca me vou esquecer das sagas pelas quais os meus colegas passaram. Estamos a falar de cerca de quarenta pessoas (foi um despedimento colectivo), e houve de tudo: papéis perdidos na Segurança Social, informações contraditórias, atrasos, contratempos, gritarias, depressões, advogados e tribunais. O certo é que, com mais ou menos peripécias, entre a primeira visita que fizeram ao centro de emprego e o primeiro pagamento todos eles tiveram de esperar cinco, seis, sete meses. Até mais, em dois ou três casos. 

Desta vez o despedimento não foi colectivo, mas não fui só eu a sair. E todas antecipámos um cenário semelhante (para o qual até os Recursos Humanos nos prepararam). Contámos, desde início, com uma longa temporada em que a nossa sobrevivência individual dependeria das economias (e isto partindo do princípio hoje em dia claramente utópico de que teríamos economias que nos chegassem para uns seis meses).

Quando o mote é o desemprego, nem sempre é fácil encontrar abordagens positivas; por isso, quando nos deparamos com algo que é bom por si só, sem requerer esforços extra no que toca à criatividade, é quase obrigatório falar do assunto. E hoje o caso é esse, precisamente. Ao que parece, nos últimos três anos houve algo que mudou – e, coisa rara no nosso país, mudou para melhor: apercebi-me hoje de que os pagamentos já começaram a ser feitos.

Não esperámos meio ano. Nem dois meses, sequer. E não  tivemos de ver o fundo ao mealheiro.

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