quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Dia cinquenta e dois.

"Tu aproveita. Estás livre."


Disseram-mo esta manhã. E até hoje faltavam-me as palavras para um certo estado de espírito que me tem acompanhado nos últimos dois meses.

Liberdade. Parece estranho, mas é uma forma de pôr as coisas. E tem sido aquela que me move e que me mantém à tona.

Por vezes estamos "formatados" só para um lado. Em tempos eu também estive. Mas, desta vez, desformatei-me. De tal forma que me vejo a fazer várias coisas e nenhuma delas é aquela que fiz até agora (por uma série questões mais ou menos práticas que agora prefiro não explorar). E é aí que está a liberdade. Quando nos obrigam a sair de algum lado, à nossa frente surgem duas possibilidades: seguir o mesmo caminho ou procurar outro. (Há uma terceira, que é desistir e esperar sentadinho por dias melhores, mas vou deixar essa de parte.)

Liberdade quase absoluta, bem vistas as coisas. É encarar o mundo de frente e decidir por onde se quer ir. É (tentar) fazer o que se quer fazer. Enquanto trabalhamos, mesmo que seja sem querer acabamos por nos acomodar. E sobram pouco tempo e pouco espaço na cabeça para procurar mais e melhor. Quando não temos emprego, a nossa grande função passa a ser essa  procurar, procurar, procurar. E seguir por onde entendermos. Se tudo correr minimamente bem, a pouco e pouco vão surgindo as certezas quanto àquilo que se quer fazer.

É. É isto mesmo que me tem movido nos últimos tempos. A vontade de mais, de melhor, de diferente. De algo que seja mais "eu". Não estamos em tempos de escolher, não, mas tempos de sonhar são quando quisermos.

E nunca se está mais livre do que quando se tem o mundo todo pela frente.

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