quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Dia trinta e oito.

A minha vida dava uma "quase-emissão".


[Nota prévia: obrigada por tudo, Mariana!]

Hoje é o Dia Mundial da Rádio. Por isso, mesmo estando eu afastada dos estúdios, para mim é uma data especial. Tem aquela doçura triste dos dias que nos deixam nostálgicos. Sou pouco dada a efemérides, e por si só não me parece que equivalham a mudanças de estado de espírito; mas nestas alturas deparamo-nos sempre, ainda que sem querer, com uma série de pormenores e de recordações que mexem connosco. Facebook e outros quejandos deixam-nos facilmente ali entre o sorriso tolo e a lágrima atrevida. E a verdade é que sinto falta da rádio e de muito daquilo que ela envolve. E sinto falta de me envolver nela, também. Hoje, é como se sentisse isso um pouco mais.

Ainda assim, ontem estava especialmente contente e entusiasmada, como sabem, porque, a propósito desta data, ia falar de rádio no estúdio onde para mim tudo começou. Ia voltar a um sítio ao qual gosto sempre de regressar e que me traz tantas e tão boas recordações. E ia matar um bocadinho da saudade que tenho do éter no dia que é dele mais do que qualquer outro.

Parecia perfeito. Tinha tudo para o ser.

E foi então que fiquei doente.

Este mundo consegue ser tão retorcido que fui adoecer justamente no dia em que me ia reencontrar com o "bichinho". E logo naquele lugar. Foi dos piores finais que esta pequena história podia ter tido. Hoje ia ser uma desempregada genuinamente feliz, revivendo a paixão e defendendo um território que verei sempre como meu e que deixei de pisar apenas porque não me deram alternativa. Em vez disso, a rádio lá longe, como em qualquer outro dia. E Facebook e companhia relembrando-me, hoje com especial fervor, que não era aqui que queria estar.

Sem comentários:

Enviar um comentário